Depois de ficar paraplégica, Andréa Pontes realiza sonho de ser atleta.Vôlei era a grande paixão da menina de Pelotas, que trocou o esporte por um diploma. Um acidente mudou seus planos e mostrou a canoagem uma como opção de sucesso

Sonho de ser atleta
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Desde criança, Andréa sempre sonhou em ser uma atleta olímpica. Inspirada em Ana Moser e Leila do vôlei, quando pequena gravava os movimentos em fita VHS para repetir no quintal de casa. O empenho e dedicação ao vôlei cresceram com o tempo, porém nem tudo saiu como planejado.

– Ela era muito dedicada, ela não tinha estatura para chegar em um nível muito alto. Ela sabia onde queria chegar, mas se ela iria, ninguém saberia. Mas ela trabalhava para isso e ela buscava isso – lembra Ingo Stumm, o antigo treinador de vôlei de Andréa.

Natural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Andréa buscou na escola e em clubes da cidade oportunidades de se profissionalizar no voleibol. Porém, a família de comerciantes, esperava um futuro diferente para a jovem. A jogadora de vôlei virou universitária. O curso de direito que despertou novas paixões, não trouxe a realização esportiva que Andréa tanto sonhava.

– Eu gostei muito da minha faculdade, acho que foi uma faculdade que me surpreendeu.Eu adoro ciências criminais, mas eu sempre tive aquela sensação do esporte muito forte. Era muito engraçado, meus colegas estudantes de direito, todos arrumados e chegava eu, no meio do inverno, de meia, short, só com um casacão por cima. Tinha acabado de jogar uma partida de vôlei, ou uma partida de futebol – relembra Andréa.

Até que num carnaval em 2007, um grave acidente de trânsito deixou Andréa paraplégica. A grave lesão trouxe uma nova perspectiva de vida. Foi no hospital Sarah Kubitschek de Brasília que ela ganhou uma nova chance de voltar ao esporte. As idas frequentes à Capital Federal fizeram seu caminho cruzar com o de Diana Nishimura, professora que levou Fernando Fernandes para a canoagem.

– Mesmo estando numa posição complicada no caiaque, ela simplesmente pegou e uma oitava assim (faz o movimento com os braços), e saiu da água, num movimento só e sentou no caiaque; pegou as pernas, colocou dentro e saiu remando. E eu: “pô” a menina é forte! Isso me chamou atenção – revela Diana.

As limitações físicas eram, agora, muito maiores do que quando jogava vôlei e não tinha estatura. Sem os movimentos das pernas, o caiaque se tornou o seu grande aliado. Desde 2012, Andréa é convocada para competições pela Seleção Brasileira de paracanoagem, já foi campeã brasileira e sul-americana e, no Mundial da Alemanha, no ano que vem, ela poderá conquistar a vaga para as Paralimpíadas do Rio.

– Realizada, realizada, realizando um sonho. Eu posso dizer que sou uma atleta que represento o meu pais, que sonho ainda em participar de uma Olimpíada. E eu espero estar lá no Rio em 2016, representando esse país aqui – se orgulha Andréa.

Fonte: Esporte Espetacular.




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