Cirurgia deve ser feita em setembro, no campus da Unesp de Botucatu (SP).
Cérebro da criança não tem proteção porque falta parte do osso.

'Não vejo a hora', diz mãe de menino que vai receber prótese no crânio
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O garoto Adriano Junior Alves, de 6 anos, aguarda uma cirurgia para poder voltar a brincar sem pensar no perigo que isso pode causar. Quando tinha apenas 2 anos, o menino caiu de uma laje e bateu a cabeça. Desde então, vive com uma falha no crânio, já que falta um pedaço do osso da cabeça. “Eu gosto de futebol, mas eu não posso jogar porque estou com a cabeça quebrada”, conta Adriano, que mora em Arealva (SP).

Mas uma parceria entre professores, alunos e médicos da Unesp de Bauru e de Botucatu vai ajudar uma criança a resolver o grave problema. Uma prótese vai ser colocada na cabeça de Adriano para proteger a área onde falta o osso e garantir a proteção que o cérebro não tem. “Não vejo a hora de recomeçar a cirurgia para ser como antes, ele não ter medo da bola bater na cabeça dele. Um futuro melhor, porque do jeito que está agora a gente só confia em Deus para ele não bater a cabeça”, espera a mãe Rosangela do Carmo.

A cirurgia do Adriano está marcada para o início de setembro e será no campus da medicina da Unesp de Botucatu. O processo cirúrgico deve durar de duas a quatro horas. O neurocirurgião Pedro Hamamoto comenta sobre a evolução nessa área da medicina.

“Para a gente, da neurocirurgia, é muito gratificante. Ter salvo a vida dessa criança no passado, quando teve o traumatismo grave. Sabendo que agora está com limitação da vida social, como não poder fazer uma atividade física, a gente poder reinseri-la às essas práticas é muito gratificante saber que isso vai acontecer”, completa.

Prótese
O cirurgião plástico Aristides Palhares, que também é professor de medicina da Unesp de Botucatu, diz

Prótese vai se encaixar na falha do crânio do menino (Foto: Reprodução / TV TEM)
Prótese vai se encaixar na falha do crânio (Foto: Reprodução / TV TEM)

que recorreu ao centro avançado de desenvolvimento de produtos em Bauru para buscar uma solução ao problema. “O que chama a atenção é que ela [criança] tem uma grande falha, grande falta de tecido ósseo no crânio. Essa falha faz com que qualquer trauma que aconteça nessa região atinja praticamente o seu cérebro”, explica.

Com a tomografia tirada do crânio do menino, alunos do curso de design deram início ao processo para desenvolver o implante. O primeiro passo foi transpor as informações para o computador para dar início ao projeto gráfico. A estudante de design, Lívia Garcia Ferrari, que participou do processo, diz que é bem delicado trabalhar com esse tipo de “produto”. “Temos que tomar muito cuidado com as bordas para ver se não tem nenhuma parte pontuda. Também tem o  trabalho de espessura, para não passar da espessura [do crânio] da criança.”

Depois da criação virtual, o próximo passo foi fazer um protótipo real. O projeto do implante foi parar em uma impressora 3D. Com gesso em pó, a máquina fez o pedaço do crânio que falta na cabeça do menino.

O equipamento também produziu parte dos ossos da cabeça, onde a peça será encaixada, parte de um

estudo minucioso e delicado. Para Letícia Alcará, outra estudante que participou do processo de criação do protótipo da prótese, foi muito satisfatório. “Quando a gente encaixou uma parte na outra, a gente viu que funcionou. Projeto concluído, dever cumprido”, ressalta.

Com base em estudos feitos com o protótipo do crânio, desenvolvido pela equipe de design, a equipe médica da universidade em Botucatu autorizou a construção da prótese. A peça foi feita em acrílico, um material que é resistente e que não oferece risco de rejeição. O coordenador do laboratório, o médico Osmar Rodrigues, conta que essa foi a primeira experiência em conjunto entre os departamentos de design e medicina para o desenvolvimento de um implante. Um passo importante para a ciência que se aproxima da comunidade.

“É uma grande satisfação para a gente, porque aqui no laboratório, nós atendemos as mais diversas necessidades, incluindo as necessidades da indústria local e  regional. Mas todas voltadas para produto, nunca diretamente voltado para medicina. Foi bastante satisfatório, principalmente para a equipe, que realizou o trabalho”, revela.

Fonte: G1.




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