“Mouse mental”

Pacientes em estado vegetativo poderão ser beneficiados.

Sensor recebe comandos que podem ser usados em computadores.

O aparelho detecta ondas cerebrais e as transforma em comandos (Foto: Rickardo Marques/G1 AM)

A tecnologia aplicada em games poderá ser utilizada no auxílio de pessoas com deficiência física. Uma empresa privada e a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) lançaram, na terça-feira (22), um sensor capaz de detectar ondas cerebrais e transformá-las em comandos para serem usados no computador e celular. O “mouse mental” poderá ajudar pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

O “MindWave” utilizada ondas cerebrais e algoritmos matemáticos para funcionar. Ele faz parte do projeto “Julia”, que desenvolve equipamentos para surdos e mudos.

De acordo com o professor do Núcleo de Robótica e Automação da UEA, Manuel Cardoso, de 54 anos, o desenvolvimento do projeto teve início há um ano. A difusão do MindWave pode ajudar pessoas impossibilitadas de utilizar aparelhos ópticos.

“Essa é uma doença muito avassaladora, que tira completamente os movimentos da pessoa. O mouse óptico é um equipamento impressionante, no entanto para essas pessoas, até mesmo o movimento dos olhos, depois um tempo, se torna limitado. Então nós vimos à necessidade de desenvolver este sensor que utiliza a atividade cerebral, pois ela é a única função do corpo que permanece no paciente”, afirmou.

Segundo o professor, mesmo com outros sensores disponíveis no mercado, o software desenvolvido para uso de pacientes com esclerose lateral é pioneiro. Pessoas com paralisia cerebral, ou que estejam em estado vegetativo, estão dentro da possibilidade de uso do equipamento de acordo com Cardoso.

Sensor também poderá ser usado em um aplicativo de celular (Foto: Rickardo Marques/G1 AM)

“Isso é um avanço. O passo agora é iniciar os testes, já que o objetivo de desenvolver tecnologia é colocá-la acessível a todos,afinal é um conhecimento científico que deve ser empregado”, concluiu o professor.

Mercado

Ainda não há previsão para chegada do aparelho desenvolvido na UEA chegar ao mercado. “Dentro do cenário que nós temos e no decorrer das pesquisas, eu acredito que nos próximos dois anos essa tecnologia já esteja no mercado e nós temos o interesse para que isso se torne efetivo e beneficie a comunidade. Os familiares dessas pessoas com necessidades especiais demonstram muita alegria com a chegada dessa novidade”, disse o reitor da UEA, Cleinaldo Costa.

O “mouse cerebral” deverá permitir uso em computadores e celulares. O valor do novo sensor ainda não está definido, porém Manuel Cardoso indica que o preço poderá custar até R$ 5 mil.

Atualmente, segundo Manuel, existem cerca de 15 mil pessoas cadastradas na Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica, que poderiam fazer uso do aplicativo.

Fonte: G1.