Pacientes em estado vegetativo poderão ser beneficiados.
Sensor recebe comandos que podem ser usados em computadores.
A tecnologia aplicada em games poderá ser utilizada no auxílio de pessoas com deficiência física. Uma empresa privada e a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) lançaram, na terça-feira (22), um sensor capaz de detectar ondas cerebrais e transformá-las em comandos para serem usados no computador e celular. O “mouse mental” poderá ajudar pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
O “MindWave” utilizada ondas cerebrais e algoritmos matemáticos para funcionar. Ele faz parte do projeto “Julia”, que desenvolve equipamentos para surdos e mudos.
De acordo com o professor do Núcleo de Robótica e Automação da UEA, Manuel Cardoso, de 54 anos, o desenvolvimento do projeto teve início há um ano. A difusão do MindWave pode ajudar pessoas impossibilitadas de utilizar aparelhos ópticos.
“Essa é uma doença muito avassaladora, que tira completamente os movimentos da pessoa. O mouse óptico é um equipamento impressionante, no entanto para essas pessoas, até mesmo o movimento dos olhos, depois um tempo, se torna limitado. Então nós vimos à necessidade de desenvolver este sensor que utiliza a atividade cerebral, pois ela é a única função do corpo que permanece no paciente”, afirmou.
Segundo o professor, mesmo com outros sensores disponíveis no mercado, o software desenvolvido para uso de pacientes com esclerose lateral é pioneiro. Pessoas com paralisia cerebral, ou que estejam em estado vegetativo, estão dentro da possibilidade de uso do equipamento de acordo com Cardoso.
“Isso é um avanço. O passo agora é iniciar os testes, já que o objetivo de desenvolver tecnologia é colocá-la acessível a todos,afinal é um conhecimento científico que deve ser empregado”, concluiu o professor.
Mercado
Ainda não há previsão para chegada do aparelho desenvolvido na UEA chegar ao mercado. “Dentro do cenário que nós temos e no decorrer das pesquisas, eu acredito que nos próximos dois anos essa tecnologia já esteja no mercado e nós temos o interesse para que isso se torne efetivo e beneficie a comunidade. Os familiares dessas pessoas com necessidades especiais demonstram muita alegria com a chegada dessa novidade”, disse o reitor da UEA, Cleinaldo Costa.
O “mouse cerebral” deverá permitir uso em computadores e celulares. O valor do novo sensor ainda não está definido, porém Manuel Cardoso indica que o preço poderá custar até R$ 5 mil.
Atualmente, segundo Manuel, existem cerca de 15 mil pessoas cadastradas na Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica, que poderiam fazer uso do aplicativo.
Fonte: G1.