Uma estudante da Universidade de Londres desenvolveu o protótipo de umaluva inteligente, que consegue transformar os gestos utilizados na linguagem dos sinais em sons e textos escritos. O objetivo de Hadeel Ayoub é facilitar a comunicação de pessoas com deficiências. Ela desenvolveu a ideia durante seu mestrado em Computational Arts, no departamento de computação da entidade, e foi contemplada com o Innovation and Entrepreneurship Prize, destinado a estudantes sauditas no Reino Unido.
Até agora, foram desenvolvidos três protótipos da luva, batizada de SignLanguageGlove (luva de linguagem de sinais, em tradução livre). No primeiro, cinco sensores flexíveis (um para cada dedo) permitiam identificar os sinais de letras, que eram então apresentadas num display digital. Na segunda versão, melhorias no hardware e no software permitiram que os gestos fossem transformados em frases, que também podiam ser visualizadas no display digital. No terceiro protótipo, foi incorporado um chip capaz de transformar esse texto em áudio. Além disso, a luva ganhou um visual mais discreto. “Não quero que os fios intimidem os usuários, fazendo com que a luva pareça difícil de usar ou frágil demais”, afirma Hadeel Ayoub em material divulgado pela universidade. “As pessoas tendem a ser cautelosas quando apresentadas a novos produtos high-tech, o que contradiz o objetivo principal dessa luva, que é tornar a vida mais fácil.”
A estudante está trabalhando numa quarta versão da luva, que poderá transmitir dados para smartphones e tablets por meio de conexão WiFi. Além disso, a designer, que fala inglês, árabe e francês, também quer incrementar a invenção com um programa de tradução em tempo real para outros idiomas. Está nos planos, ainda, a criação de uma luva pequena, que possa ser usada por crianças – o desafio, nesse caso, é adaptar o tamanho do hardware.
Hadeel já foi sondada por algumas companhias interessadas na fabricação da luva. Estima-se que o quarto protótipo custe algo em torno de £ 255 (cerca de R$ 1.470) para ser produzido. Mas, segundo informações da universidade, o objetivo da designer é que as pessoas com deficiência não tenham que pagar pelo equipamento, caso ele chegue ao mercado. Sua expectativa é que escolas, empresas e instituições de saúde possam adquirir a luva e disponibilizá-la para empregados, alunos e pacientes. “Minha missão é facilitar a comunicação entre todos os tipos de deficientes, eliminando barreiras entre pessoas que têm algum problema de visão, audição ou fala”, diz Hadeel. “Assim que a luva incorporar a conexão WiFi e a ferramenta de tradução, ela será útil para todos, e o usuário poderá atingir qualquer pessoa, em qualquer país, a qualquer hora.”
Fonte: Revista Galileu.