Lúcia, 34 anos, é classificada como B2 (B de blind – cego em inglês; e 2 de atletas que têm a percepção de vultos, com capacidade para reconhecer mãos). No Centro de Referência de Judô na Mooca, em São Paulo, ela pratica de segunda a sexta-feira, em dois períodos, e aos sábados pela manhã. São treinos físicos e técnicos para chegar ao ouro Paralímpico no Rio 2016. Sobre lutar na Arena Carioca 1, dentro do Parque Olímpico, Lúcia diz que “é diferente”: “O coração bate mais forte. Nos Jogos Paralímpicos, vai bater mais forte ainda, porque vamos ter torcida”. Treinando mais para melhorar a parte física, Lúcia deixa para o técnico Jaime Bragança falar de seus pontos mais fortes: “Ela é determinada, séria e dedicada”. Para Jaime, a oportunidade de sentir um pouco da emoção dos Jogos no local do evento-teste é “fantástica”. Por outro lado, poder mostrar um pouco do judo Paralímpico para o público também é importante. “No judo Paralímpico, os atletas já saem da pegada. São colocados frente a frente pelo árbitro, com as mãos na manga e na gola do adversário – o que não acontece no judô Olímpico.” Também é permitido que os técnicos falem com seus atletas, gritando instruções de fora do tatame.
O judoca Abner Oliveira também participou da demonstração de judô Paralímpico, enfrentando o russo Viktor Rudenko na categoria até 73kg. Medalha de ouro no Parapan de Toronto 2015 nessa categoria, o judoca de 21 anos é da classe B3 (de atletas que conseguem definir imagens) e está no esporte desde os 15. Mesmo com uma derrota por ippon, na saída do tatame ele disse que estava contente pela participação em um evento-teste para os Jogos Rio 2016. E destacou o acesso à área de competição:”O piso tátil está bem formatado, bem legal. Não se tropeça em nada. Está ‘bem aceso’, como a gente diz”. Outro destaque para Abner é a música, batida e alta. Para ele – que espera melhorar seu jogo de transição para ir mais rápido da luta em pé para a luta de chão -, esse tipo de música “dá um up”. “Quanto mais internacional e mais barulhenta, melhor! A música dá aquela adrenalina no corpo”, diz.
Fonte: Rio2016