A importância do PAI na vida da criança com deficiência

Quando uma criança é diagnosticada com uma deficiência física, intelectual e sensorial, muitas vezes é um momento difícil para todos os envolvidos. Como pai, é compreensível sentir-se devastado, confuso, preocupado e geralmente sobrecarregado por tudo isso. No entanto, há algo que você pode fazer que ajudará seu filho imensamente – trabalhar internamente para aceitá-lo.

Aceitá-lo não significa que você comece a embrulhar seu filho em algodão ou tratá-lo como um alienígena, apenas significa que você vai fazer o seu melhor para apoiá-lo da maneira que ele necessita e ajudá-lo a se sentir o mais seguro e independente possível.

Já conversei com alguns pais que aparentemente não conseguem essa aceitação. Eles não procuram ajuda que tem disponível em alguns centros de terapia, tornando as coisas mais difíceis do que têm que ser. Também observo que crianças com pais que não aceitam sua deficiência, muitas vezes não aceitam elas mesmas. Afinal, como uma criança pode crescer feliz consigo mesma se seu próprio pai não pode deixar de se ressentir de sua condição?

Não estou dizendo que aceitar a diferença é fácil, e certamente não acontece da noite para o dia! Também tenho certeza de que muitos pais se esforçam muitoooo, e ainda se sentem devastados, mas querem apresentar sua melhor atitude aos seus filhos. Porém, uma deficiência não significa que seu filho não possa viver uma vida feliz e plena – e você desempenha um papel importante nisso.

A importância do PAI

Os primeiros padrões de interação com  a família são os únicos que as crianças conhecem na primeira infância, e isso elas fazem através da imitação social. Seu filho é vulnerável a esses padrões iniciais e incorpora “qualidades comportamentais” em seu repertório através das relações sociais. 

Só que isso é muito bonito nos livros de terapia, na prática o “buraco” é um pouco mais abaixo: crianças com deficiência intelectual, T.E.A ou outros, têm grande dificuldade na interação e imitação social, o que requer uma dedicação profunda dos cuidadores principais, papel que está deixando de ser exclusividade das mulheres.

Apesar de conhecer muitas histórias de pais que abandonam suas famílias quando recebem a notícia que o filho nasceu ou adquiriu uma deficiência, – ainda muito comum em diversos lares brasileiros -, as estatísticas mostram que esses números vêm mudando, o que nos dá muita esperança de um futuro mais promissor.

Um estudo recente do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD), indicou que os pais estão mais engajados em cuidar mais do que nunca de seus filhos. As razões para isso são variadas, mas incluem: mães trabalhando mais horas e recebendo salários mais altos, pais trabalhando menos, maior consciência do seu papel, habilidades de enfrentamento aos limites impostos pela sociedade, intervenção de suporte psicológico, questões de autoestima, intimidade no casamento, conexão social e melhor modelagem para as crianças.

Seja presente na vida do seu filho

Os pais são tão importantes quanto as mães em seus respectivos papéis como cuidadores, protetores, apoiadores financeiros e, o mais importante, modelos de comportamento social, emocional e afetivo.

Ser presente na vida do seu filho e aceitar sua condição é o primeiro passo. Entender o quanto seu apoio, amor e dedicação vai fazer a diferença na vida dele e de todos os seus familiares pode ser o melhor caminho em direção a um futuro mais inclusivo.