Jefferson MaiaConhecer o Centro de Vida Independente do Rio de Janeiro significou, ainda nos primeiros anos após a lesão na coluna cervical, e, por consequência as ‘dores emocionais’, um marco em minha história de convívio adaptativo com a tetraplegia, configurando o fato de adquirir outros saberes com agregar informações sobre os novos caminhos e isso era o que eu tanto ansiava, felizmente acabei por encontrar.

O atrativo que me foi passado, como dica ainda na fase de reabilitação hospitalar foi um tal de: Compreendendo a Lesão Medular – todavia, por não poder dirigir ainda meu próprio carro, na época, não me fiz de rogado e logo pedi ao meu saudoso pai que me levasse em uma reunião de ‘deficientes’ -, isso no início dos anos 90 na PUC-Rio.

Fomos, e isso caracterizou um bom recomeço de história e reforço num forte elo de ligação entre nós, pois iniciava ali, naquela noite, com tanta gente cheia de experiências e novidades, além de outros que como eu também buscavam, detalhes de perdas sentidas nessa nova vida e relações com a mesma, satisfação para respostas que eu procurava e sem resultados indagava todo o tempo; tudo veio numa rápida percepção que, entretanto ainda sem dimensionamento real, percebi ter encontrado ali – felizmente incluindo à minha família de tabela.

A partir de então outros ‘aditivos’, como, fortalecimento na autoestima, amor fraternal e novas amizades, além dos conhecimentos que ia agregando, vieram e passaram a me caracterizar como indivíduo socialmente participativo – isso contando que naturalmente ia desenvolvendo no rico convívio do CVI-Rio e os desdobramentos pertinentes ao serviço chamado: Suporte entre Pares, ao meu novo perfil. Ou seja, busquei e encontrei muito mais! Tanto que, principalmente para o meu prazer, por um bom tempo fiquei trabalhando pró-ativamente na instituição, com uma brilhante equipe, intenso no sentimento de pertencimento, e principalmente, encantado com toda a positividade que constitui o valioso Movimento de Vida Independente.

Ou seja, concluindo o que para mim marcou e representa a essência de indivíduo participativo com modesto conteúdo de vida, hoje me vejo, na verdade, mais um facilitador.  Definição que posso atribuir gratidão inicial a Deus e certamente incluir muita gente boa nesta jornada… Porém, sei que esse sentimento tem nome, pois no meu “DNA adaptado”, trago absolutamente a base CVI-Rio.

 




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