Os dias vão passando e interagir com empatia entre todos os meios, fica cada vez mais difícil. Para ficar mais fácil, é necessário abrir e exercitar uma escuta muito apurada, que torne nossa aproximação do outro algo prazeroso de se aplicar cotidianamente. Não deve ser um peso, um fardo, mas sim uma experiência instigante para uma convivência repleta de novos e gentis conhecimentos.
Gosto de ouvir e aprender com os depoimentos de pessoas com deficiências distintas. Principalmente, daquelas que trazem relatos muito diferentes das pessoas que enfrentam muito mais a barreira física, do que a de comunicação. Imagino o quão angustiante deve ser não conseguir compreender a linguagem verbal. É como não poder se fazer entender dentro do seu país, onde todos falam o mesmo idioma.
É claro que com a prática diária fica menos penoso aceitar a diversidade existente em cada um. Devemos tentar tanto quanto possível for, nos colocarmos no lugar do outro, sem que isso pareça uma obrigação, mas uma tentativa legítima de aproximação. A percepção do alheio é às vezes uma tarefa tão falada, porém na verdade muito pouco praticada. Ela pode e deve ser simples e bastante gratificante também, só vai depender da nossa disponibilidade interna de conduzirmos nosso caminho um tanto perto de outros caminhantes.
Peço que tenhamos mais cuidado em compreender e assim aproveitarmos de verdade, significativamente o que é empatia. A convivência é uma experiência muito rica, mesmo que não seja nada fácil, quando vemos tantos egos tomados em conta, mas é através de uma infinidade de relacionamentos diferentes, que encontramos um certo denominador comum.
Tão bom quando podemos olhar dentro do outro e capturarmos um tanto de nós. Que possa significar um sinal de bons tempos, onde cada indivíduo não se sinta tão fora d`agua e que possamos seguir um trajeto quase como uma bela dança, como se vê em alguns cardumes por aí.
Por Beth Caetano