Serão 22 atletas, representantes de cinco países, em preparação para os Jogos Rio 2016
Entre quinta-feira (12) e sábado (14), o Pavilhão 4 do Riocentro estará reservado para os atletas da bocha, que competirão em mais um evento-teste da série Aquece Rio para os Jogos Paralímpicos Rio 2016 (de 7 a 18 de setembro). Nesse Torneio Internacional de Bocha, serão 22 representantes do Brasil, Grã-Bretanha, Portugal, Rússia e Israel, com disputas por países na quinta-feira, e individuais na sexta-feira e no sábado.
O Comitê Rio 2016 irá aproveitar a competição para avaliar algumas operações, em especial de deslocamento de atletas. Serão analisadas a operação completa de chegada e partida de delegações, com traslados de aeroporto e hotel, e toda a parte do serviço antidoping e as ações relacionadas aos voluntários. Também haverá os testes da quadra, que é um piso flutuante com outro sintético por cima.
Os responsáveis pela bocha Paralímpica no Rio 2016 trabalham em conjunto com a área funcional de acessibildade do Comitê.
Brasil está evoluindo
Para permitir a participação de atletas com alto grau de comprometimento motor, houve uma adaptação da bocha para o programa Paralímpico.
Técnico principal da equipe brasileira, Darlan Ciesielski diz que, para seu grupo, além de avaliar o desempenho esportivo na competição, o evento no Riocentro será importante para testar toda a parte logística do time do Brasil quanto à dinâmica de deslocamentos, acessibilidade e cronometragem de percursos.
Os atletas brasileiros são de várias cidades e em sua maioria treinam em clubes ou em casa, de forma improvisada – seguindo um programa elaborado pelos técnicos.
O pessoal é “raçudo”, diz Darlan Ciesielski, 38 anos, na bocha desde os 9 e desde 2002 trabalhando como técnico. “Nas categorias BC3 e BC4, o Brasil é hoje o terceiro país do mundo”, assinala. “E também tem atletas entre os melhores. Em alguns aspectos a bocha brasileira ainda está atrasada em relação a outros países, mas estamos evoluindo”.
O Brasil foi ouro na BC2 da bocha dos Jogos Paralímpicos Londres 2012 com Maciel de Souza, que estará no Torneio Internacional. Este ano, no Parapan de Toronto, no Canadá, o Brasil foi ouro por equipes e Maciel, ouro individual, assim como José Carlos Chagas na BC1.
Dos outros países que virão ao Rio para o evento-teste, a Grã-Bretanha chega como medalha de bronze por equipes nos Jogos Paralímpicos Londres 2012 e campeã europeia este ano. David Smith foi prata na BC1 dos Jogos Paralímpicos e ouro no Mundial de Pequim 2014. Nigel Murray foi campeão europeu da BC2 neste ano.
Lançamentos estratégicos
O jogo é de estratégia, com o objetivo de lançar o maior número de bolas (azuis de um lado e vermelhas de outro) o mais perto possível da “jack” – a bola-alvo, que é branca. É permitido o lançamento com mãos, pés, cabeça, com instrumentos de auxilio e, se for o caso, com apoio de ajudantes.
Nas disputas individuais, são lançadas seis bolas, quatro vezes. Há também disputas em duplas e por equipes. Homens e mulheres (todos cadeirantes) jogam juntos.
As classes funcionais, baseadas nos diferentes quadros de tetraplegia, são: BC1 (atletas que podem ter apoio de ajudantes apenas para estabilizar a cadeira e entrega de as bolas), BC2 (atletas que não recebem assistência), BC3 (atletas com deficiências muito severas, que usam material auxiliar e também contam com ajudantes, chamados de “calheiros”, que obrigatoriamente ficam de costas para o jogo) e BC4 (atletas diagnosticados com deficiências de origem não-cerebral e não apresentam variações mais severas de coordenação motora).
Fonte: Rio 2016.