Em PE, app para pessoas com deficiência chega a escolas públicas e tem 10 mil usuários. Criado por pai para ajudar a filha, app já foi traduzido para 25 idiomas. Livox ganhou prêmio da ONU de melhor aplicativo de inclusão do mundo.

Em PE, app para deficientes chega a escolas públicas e tem 10 mil usuários
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Um aplicativo criado por um pernambucano está causando uma revolução na vida de cerca de dez mil pessoas. A tecnologia, que ajuda pessoas com deficiência a se comunicarem, se chama Livox e já foi traduzida para 25 idiomas. Nos países de língua árabe, por exemplo, o aplicativo deve ser lançado em dois meses. A ideia também começa a chegar nas escolas públicas do Recife, em fase de testes.

O escolhido para os testes no Recife foi o estudante Jhonatan, de 18 anos. Ele tem paralisia cerebral e não é alfabetizado, mas é louco por internet e tem habilidade com aplicativos no telefone. Com o aplicativo, Jhonatan pode se comunicar melhor e também aumentar o aprendizado na escola. “As questões pedagógicas se iniciam a partir da comunicação. Se eu me faço compreender e faço com que o meu aluno seja compreendido, isso dá uma autonomia pra ele, uma segurança no aprendizado”, explica a professora Jeisy Oliveira.

De acordo com o analista de sistemas Carlos Pereira, criador do aplicativo, a tecnologia tem algoritmos inteligentes que fazem o sistema se adaptar ao usuário, a partir da deficiência dele. “Não importa se a pessoa tem deficiência motora, visual ou cognitiva. Ele se ajusta a cada deficiência”, explica. Exemplo disso é que dois terços dos usuários do aplicativos são pessoas autistas. Carlos criou o aplicativo para ajudar a filha, Clara, que tem paralisia cerebral, a se comunicar.

Aplicativo
A filha de Carlos Pereira, Clarinha, de sete anos, teve paralisia cerebral por causa de complicações durante o parto. Ela não consegue controlar os movimentos do corpo mas entende tudo, e o Livox foi criado para ajudá-la a se comunicar.

Os pais de Clarinha não se conformaram em deixá-la viver com total lucidez mas sem capacidade de se expressar. Eles foram até a China, fizeram um tratamento pioneiro com células-tronco e chegaram a abrir uma clínica no Recife, que atende 300 pacientes.

Mas Carlos achou pouco — por isso, criou o sistema. Clarinha, que foi a primeira a usar o Livox, passou a se expressar, contar o que pensa e o que sente. “Hoje eu posso orientar, educar de uma forma mais precisa. Isso é ótimo, porque ela faz até perguntas e eu posso responder”, explica a mãe, Aline Costa Pereira.

O Livox já ganhou o prêmio de melhor aplicativo de inclusão do mundo, pela Organização das Nações Unidades; de inovação tecnológica com maior impacto em 2014, do Banco Interamericano de Desenvolvimento; e foi o primeiro lugar na Copa do Mundo de Tecnologia do Vale do Silício, em junho deste ano. “Eu fico muito feliz com todos esses prêmios, mas o maior prêmio que eu tenho é ver minha filha se comunicar”, conta Carlos Pereira.

Fonte: G1.




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