O motivo da viagem, por si só, já justificava qualquer infortúnio ou desagravo. Tinha muito desejo de enfrentar qualquer fato, por menos positivo que fosse, para compartilhar com uma grande amiga da adolescência o casamento de sua filha. Era um grande momento do qual eu queria muito fazer parte. Mas, como diz outra grande amiga: “produzimos o que tememos”.
Derrepente, me vejo em uma situação surreal fazendo um procedimento que só um tetraplégico pode entender: eu e minha atendente super desenrolada tivemos que improvisar uma ida ao banheiro durante o taxiamento da aeronave. Céus! Ainda em terra, o caos!
Era o comandante apressando a comissária e a comissária nos apressando. Enfim, uma cena que podia tranquilamente fazer parte do filme Apertem o cinto, o piloto sumiu 3, sem sombra de dúvidas.
E como podemos criar oportunidades em períodos de crise, lá estava a comissária mais doce e eficiente que tive a sorte de conhecer: Camila Massuti, nosso anjo na terra e no céu. Com sua competência, pragmatismo e, principalmente, com bom senso que as ações determinadas pela acessibilidade atitudinal estabelecem nas relações mais proativas e funcionais, ela foi personagem imprescindível para tudo dar certo.
Por mais inacreditável que possa parecer, resolvemos o quase impossível: decolamos na hora certa. Com essa situação, aprendi que todos nós podemos ser flexíveis, até mesmo, contrariando nossas maiores condições de rigidez e dificuldade para lidar com o inesperado e o imprevisível.
Sei que após essa experiência jamais esqueceremos umas das outras e que o sentimento de gratidão vai além de uma acessibilidade atitudinal politicamente correta, derivando em algo muito mais simples: se colocar no lugar do outro!
É bom lembrar que isso não consta nas regras da ANAC.
Por Beth Caetano