1. É um privilégio as pessoas com deficiência serem contratadas pela Lei de Cotas.
As pessoas com deficiência que são inseridas nas empresas devem ter seus direitos assegurados, mas também devem cumprir com suas obrigações profissionais como os demais colaboradores.
2. A Lei de Cotas garante a permanência da pessoa com deficiência na empresa.
As cotas são inúteis porque o problema não é o acesso, e sim a permanência.
3. O processo seletivo com pessoas com deficiência deve considerar somente a deficiência, e não as competências.
4. Pessoas com deficiência são “heróis” e devem ser supervalorizadas.
Quando não se tem conhecimento sobre inclusão, tende-se a tomar como base apenas os grandes exemplos de superação das pessoas com deficiência. Os grandes feitos, os superatletas paralímpicos, as grandes histórias de pessoas com deficiência são várias e enchem de orgulho os que as conhecem, mas a realidade das pessoas com deficiência é feita de pessoas comuns que apenas querem o seu espaço e não devem ter a responsabilidade de grandes feitos todos os dias. O importante é gerar oportunidades de inclusão, que é o que, em geral, as pessoas com deficiências almejam.
5. Acessibilidade custa caro
A acessibilidade não inclui somente a acessibilidade arquitetônica. Acessibilidade abrange tudo o que possibilita o acesso de tudo a todos. Rampas e banheiros adaptados são instrumentos importantes de acessibilidade, mas não esgotam o tema. Mudanças de comportamentos podem ser lideradas por gestores preparados sem custos adicionais. Existem ferramentas tecnológicas, como leitores de telas, que são gratuitos – e às vezes a mera mudança no layout da sala, mantendo-se o mesmo mobiliário, pode permitir a inclusão das pessoas com deficiência. A chave está em conhecer para incluir. É importante que haja a quebra das barreiras não só arquitetônicas, mas também das barreiras humanas, sociais e de informação.
6. A inclusão gera perda de produtividade
Diversas empresas temem que a força da contratação de pessoas com deficiência gera perda de produtividade. Se uma pessoa (com ou sem deficiência) que não tem a competência necessária for contratada, a organização terá perda de produtividade. No entanto, se o processo de recrutamento e seleção for bem realizado, assertivo e orientado por potencialidades, isso não ocorrerá. Além disso, se uma pessoa sofre preconceito ou é mal recebida em um ambiente, ela tende a produzir menos do que se trabalhasse em um ambiente apropriado e receptivo. Sendo assim, em alguns ambientes, a falta de produtividade não é gerada pela inclusão, e sim pela falta de inclusão.
7. Pessoas com deficiência são desqualificadas
O Brasil tem problemas educacionais significativos e, pela falta de acessibilidade em determinados locais, esse problema se agrava para as pessoas com deficiência. Porém, é fundamental lembrar que, em geral, as deficiências não têm relação com a falta de competências. Portanto, não é correto o pensamento de que uma pessoa que tem uma vida profissional, como a de tantos outros profissionais, perde sua capacidade laborativa por conta de sua deficiência.
8. As cotas são para pessoas com deficiências físicas
Todos nós, inclusive os profissionais de RH e Gestores, precisamos nos familiarizar com o universo da deficiência, e isso abrange os tipos de deficiências que são: física, visual, auditiva, intelectual e múltipla. Cada uma tem suas características e particularidades. A Lei de Cotas engloba todas as deficiências, mas devemos ficar atentos aos Códigos Internacionais da Deficiência (CIDs) que definem quais graus da deficiência podem ser contratados pela lei.
9. As empresas não estão preparadas para receber pessoas com deficiência
Algumas organizações fazem pouco ou nenhum investimento na melhoria de acesso às pessoas com deficiências, muitas vezes, optando por pagar a multa. Fazer inclusão implica uma transformação cultural e arquitetônica e a remoção de barreiras, sejam elas arquitetônicas, humanas, comunicacionais e de informação, entre outras. Mas de experiência, as empresas que adotam a inclusão e o respeito a diversidade como parte do planejamento estratégico da empresa tem obtido bons resultados.
Leia também: http://www.cvi-rio.org.br/site/nao-ha-pessoas-com-deficiencia-querendo-trabalhar-mito-ou-verdade/
http://www.cvi-rio.org.br/site/trabalho-e-bom-e-eu-gosto/